Um canal de TV zuca arrancou 2012 com um intentado Cocktail Molotov batizado sem rodeios por: "Mulheres Ricas".
O Show oferece uma partilha audiovisual do dia-a-dia de um grupo de 5 mulheres, oficialmente, sem limites nos seus golden credit cards e em clara competição, começando pelos sobrenomes estilo centopeia italiana - Tamborindeguy, Marchiori e Fraccaroli...
Este é o resumo.
E este é o Reality:
Não haverá muito mais a dizer sobre o conceito. O que sobra nesta salada light de rúcula e croutons é a análise, ou... a tentativa.
Ao vermos isto, perguntas surgem ao nosso intelecto: até que ponto um grupo formado por mulheres (umas mais e outras menos) ricas, ex-ricas e ricas-para-inglês-ver, têm "cara" e motivação para expôr a sua imagem em situações cotidianas que, para a massa dos espectadores serão tototalmente fantasiosas, fazendo e dizendo coisas absurdas, encenando gastar dinheiro e simulando felicidade?
Ok, não é preciso muito tempo para pensar. A "cara" é o mais esticada e retocada possível e a motivação, bem, é, decerto, a mesma que levará as nossas pobretanas Caneças e Jardins a assumir papéis de comentadoras residentes em programas da manhã e em Reality Shows muito menos glamorosos que este.
Não lhes deve fazer mossa nos cabelos constantemente "editados" pelos personal-tudo que orbitam em torno delas como satélites, o quanto poderão ser criticadas, quiçá até mediaticamente apedrejadas, por todas as suas frases e declarações despidas da griffe do bom-senso, da moral e do respeito pelo próximo. Cada minuto do "rico" Show, é uma dose valente de choques elétricos que nos deixam num transe misturado de vontade de verter uma lágrima de dor, de gargalhar de nervoso, de urgência em desligar (sai! sai!) e de total incapacidade de mudar de canal ou carregar no pause do streaming!
À semelhança de outras "riquezas" televisivas que por aí passam e se passam neste mundo com assinatura Hilton ou Kardashian e grafismos loucos e frenéticos da máquina mortífera chamada E!Channel, simplesmente, não há como fechar a boca, voltar a pestanejar e desligar a fonte de barbaridades no ecrã. Vemo-nos de colete de forças vestido, num misto esquisofrénico de "sou contra isto! vs não consigo parar de ver!", bebendo tudo num batido gigante sem vitaminas!
O único alívio à pressão nas nossas têmporas é a falta de autenticidade destas senhoras e do que vemos das suas márávilhósais(!) vidinhas. O fake effect começa logo na raíz do "boneco" (agora) televisivo - "Val", serve para esconder um "Valdirene" (será um mix, à brasileira, de Valquiria com Irene?!). Mas a coisa agrava-se com novas rajadas da riqueza oca. Dizem elas: “O dinheiro tem que ser gasto. Temos que gastar, senão não chega ao pobre” ou “Ser rico é uma delícia. O rico tem obrigação de gastar."
(...) Pausa para desfalecimento e (finally!) desligar a TV.
O melhor mesmo é esquecer (apagar! apagar da mente!) que o 3º episódio é na próxima 3ªfeira. Vai que a pobreza (delas) ainda pega!
Ai qui abisurrdo!