… a certeza de que isto somos nós. As conversas ajudam a contar.
11
Ago 11
ab-so-fucking-lu-tely, às 16:51Link | Comentar | Absolutamente adorável!
i-Fiel...
 
Há coisas que adiamos por várias razões. Ou porque são uma autêntica seca ou porque já sabemos à partida que vão demorar eternidades e desenvolvem um tédio que se instala antes sequer que comecemos a desenvolve-las e sabemos que nunca as vamos terminar.
 
Fazer um refresh, uma actualização nas músicas do nosso iPod é uma dessas inglórias tarefas...
 
Quando ouvimos pela trilionésima vez as mesmas músicas de sempre, para lá de desactualizadas, pensamos que queremos mesmo fazer aquela limpeza, que nos vai trazer de volta à modernidade musical, o segredo para nos dar o impeto para corrermos aquele km extra que teima em não adiantar no asfalto por falta de motivação ou quiçá... de música!
Pois bem... prestes a embarcar num voo de 7 horas para Nova Iorque (ainda não tinha dito que ia???!!? "Start spreading the news... i am leaving TOMORROW!!!... New York New York!") achei que precisava, para me distrair do meu mais que anunciado pânico de voar, de novas modinhas no meu pipoco (expressão fofinha pela qual designo o meu iPod... it's my thing, ok? Let it go!)...
 
Pois que sempre estive habituada a fazer as devidas actualizações (passadas) em casa, no meu amigo laptop mas, desta vez, por força da circunstância (ou por falta de trabalho), vi-me forçada a realizar a limpeza at labor (!)
Depois de muitos pedidos ao Help Desk para me instalar o iTunes na minha estação de trabalho, eis que estava mais do que preparada para passar uns belos minutos numa selecção e adição de salvação aerea de voo quando o técnico do departamento informático fez a seguinte observação: "Posso só saber para que quer instalar o iTunes?" Prontamente respondi que era para fazer uma actualização do seu conteúdo... bek bek bek... fiz um discurso para que tudo parecesse (e era!) inofencivo e cheio de pertinências. E, vai daí, eis que o sr. técnico profere a seguinte frase que me levaria a uma grande epifania: "Mas sabe... se nunca fez nenhuma actualização ao seu iPod nesta máquina... é bem possivel que ele apague todo o conteúdo que tem. É que os iPods só respondem a uma máquina".
 
COMO ASSIM???!!!!! Eu sei que queria fazer um refresh ao pipoco, mas não era preciso fazer um shut down geral!!!
E este foi o meu primeiro pensamento... sendo que rapidamente me ocorreu esta brilhante conclusão que me encheu de ternura e compaixão: o meu iPod é FIEL! Descobri a entidade mais fiel que existe à face do globo! Cessem os livros de auto-ajuda baratos de filosofias New-age, best-sellers com capas horríveis e títulos medonhos, de autores que, só pela sua fotografia na capa, sabemos que não têm sexo há mais de 10 anos e cuja idoneidade e profissionalismo desconfiamos à partida!... O sucesso de uma relação monogâmica de amor e fidelidade está nas tuas mãos... LITERALMENTE!
- iPod... o teu melhor marido!  Querem maior prova de monogamia contemporânia que esta? Perante tantas máquinas a que hoje temos acesso, tantos computadores por aí espalhados, os nossos pipocos desta vida escolhem apenas um para partilhar informação! É ou não é romântico?!?!
 
Ora vejamos: o meu pipoco, na tentativa forçada, pela sua dona, de prevaricar noutra máquina que não a conhecida, desliga-se por completo e desresponsabiliza-se do adultério! (Oh my...) Como quem diz: "Se isto der para o torto a culpa é tua. Eu não tive nada a ver com isso!".
Esta foi a coisa mais enternecedora de sempre, right? E com esta brincadeira estive, à vontade, mais de 20 minutos a pensar se seria responsável pelo adultério ou não... Como é que ele iria reagir? Sentir-se-ia ofendido com a nova máquina/parceira? Ela iria tratá-lo bem? Será que seriam compatíveis? Gostariam da mesma música (já diz o Veloso que ao contrário não resulta)? ... 
Enchi-me de coragem e pensei... no cúmulo da evidência, onde a analogia é mais acertada, tudo isto poderá funcionar, no limite, como um primeiro date onde o first step para o sucesso (se me é permitido opinar...) é a magia do risco! Vou arriscar, pensei!
Liguei todos os cabos, fiz figas com todos os dedos que possuo (acho que até os olhos fechei), rezei aos deuses da tecnologia (esses que me acodem várias vezes) e... MATCH MADE IN TECHNOLOGY!!
O pipoco gostou, a máquina não se fez rogada e ficaram até bem tarde a conhecer-se melhor.
Quem sabe não é uma relação para durar?

04
Ago 11
ab-so-fucking-lu-tely, às 11:42Link | Comentar | Absolutamente adorável!

 


 

 

Uma estória de atracção, romance, drama, faca, cama e alguidar (cheio de lágrimas até às bordas)...condenada à nascença.

 

Perante o mote, impõe-se uma pergunta grande e balofa: serão todos os homens do mundo justos habitantes da gaveta dos “Conas de Sabão”??

A pergunta coloca-se porque… it seems like it! De uma forma de tal maneira vincada e exasperante que, ainda mais fortemente que a pergunta, impõe-se a elaboração de uma descrição do conceito. Vamos lá:

 

C**** de Sabão

//s. m.

1. Palavra duplex composta pelo primeiro andar ‘c****’ e pelo segundo andar ‘sabão’. Ligados pela conjunção ‘de’.

2. Uso do termo que designa o órgão sexual e reprodutor feminino na sua forma suprema do calão por via a conferir um cariz de humilhação e troça ao objecto designado.

3. Uso do termo relativo à substância própria para lavagem e higienização por via a conferir um sentido do dever, do socialmente instituído, do cumprimento das regras, do ser dentro da norma, etc. ao objecto designado.

4. O uso dos dois termos em simultâneo produz o significado de algo ou alguém – espécime masculino – a que ou a quem falta virilidade, força e potência. Numa interpretação mais ampla pode ainda significar inacção; passividade; cobardia; etc.

    Jogo de vocábulos: ironia / trocadilho \\

 

Inglório ou não, está feito o esforço por definir o termo e, atrevemo-nos, o que importa é o que se sente ao despeja-lo boca fora e não exactamente a coisa em si, etimologicamente falando. Bom… (estalo de língua) se a expressão tem uso e vem do povo, é porque o povo que é sábio sabia que era preciso nomear os ditos, aqueles que assombram a existência delas, as desgraçadinhas de serviço que os encontram pelo caminho.

Agora é que são elas. Coitadas, pobrezinhas… desgraçadas das que se cruzam com os ensaboados como pura forma de castigo de pecados cometidos, quiçá de crimes perpetrados…contra a Humanidade (só pode)! O que é que uma mulher poderá ter feito de tão grave e tão horrível para lhe acontecer uma desgraçada dessas na vida?! E, o que pode ser pior que uma desgraça? Várias desgraças. Desgraças em catadupa! Sim porque, consta que, estes encontros inóspitos das desgraçadinhas com os conaças não são marcos ao estilo once in a lifetime, não… a realidade é bem mais cruel, também, se assim não fosse, não seriam as ditas desgraçadinhas e sim outra coisa qualquer mais leve e menos negra.

 

Ok. Recapitulando: eles são c**** e elas desgraçadas. A ironia mais profunda da questão é que elas só o são por eles o serem. E eles são-no porque elas o permitem, mais que não seja, porque é, rigorosamente, do ‘sítio’ que agora lhes chamamos que elas/nós de lá os tirámos porque outros da espécie deles os lá meteram e como tudo o que entra sai… (!)

 

Enfim…no fundo, não deixa de ser simbólico que tenhamos chegado a uma salada russa deste calibre porque este casamento destes eles com estas elas é a maior salada de todas e com molho agridoce! No início, eles envolvem-nas a gosto com as tenazes hábeis mexendo bem a salada até ficar no ponto. Depois há um ponto em que elas, cheias dos temperos todos do charme-sabonete percebem a cruel mas muito real necessidade de abandonar a saladeira para bem longe daquelas bolhas de sabão. O processo, esse é que nunca é fácil. Ou é porque os da saboneteira até cheiram bem – desgraçadas delas… Ou é porque a tenaz aperta aqui e ali tão agradavelmente…e aquilo que deveria irritar e endoidecer, vira vício de repetição sucessiva e incontrolável! - desgraçadas delas… Ou, no limite dos finalmente, aparece um outro c**** de galheteiro e saladeira na mão e a dita que já era desgraçada vira fórmula dupla da desgraça e mergulha na crença de que é mesmo verdade…eles são todos iguais e o mundo é uma bolha de sabão!!

Se assim não é, por onde andam os que não cheiram a sabonete e fazem e acontecem, concretizam o que dizem, agem segundo o que pregam e não pregam em demasia estilo Santo António aos peixinhos?? Por onde andam esses que não dizem ‘é complicado…’ quando a hora H espreita e é preciso andar para a frente?? Onde raio se meteram os que põem as cartas todas na mesa?? Onde será que se enfiaram os homens que “matam a cobra e mostram o pau”?? …

 

As desgraçadas coitadinhas só queriam parar de gastar a tinta das paredes nas sessões sofridas doloridas de escorregadelas pela parede abaixo em slow motion com banda sonora condizente de fazer chorar as pedrinhas da calçada portuguesa daquelas de espaçamentos largos como os do Chiado… do que elas precisam é de se levantar do chão e “laurear a pevide”!

 

O casamento acabou.


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