Afinal é real. Anda toda a gente (at least, a gente que ainda anda 'desgarrada') em busca de alguém.
Aquele alguém especial. Aquele alguém para chamar de seu.
Acontece que eliminámos o sistema, antes instaurado, das madrinhas de guerra e dos soldados namoradeiros por carta e à varanda, do paizinho tirano controlador da moral e dos bons costumes. Vedámo-nos e evoluímos desses planos e combinações familiares de vizinhança e referências de bom nome, sem sequer deixarmos um parênteses para os bailes e bailaricos do convívio e das aparições sociais das meninas (mais ou menos) debutantes.
Hoje, mesmo que ainda vamos 'aparecendo' de quando em vez nos bailes aka night clubs, o sistema é mais refinado e mais complexo...menos directo, mais...virtual (!) Temos debaixo da manga todos os phones e faces e books e chats e blogs e janelas variadas de algo mascarado de diálogo mas... será que podemos, debaixo desta umbrella da modernidade comunicacional descobrir o 'outro ideal'? ...
Inventem lá um novo paradigma por favor que não precise de teclados nem web cams...! É que, just saying...qualquer dia andamos todos agarrados aos nossos i-coisos que até já projectam hologramas dedicados a inventar realidades fantasiosas que apenas irão acontecer nas nossas cabecinhas viciadas em virtualidades (!)
Parece que o cinema brasileiro já produziu o vaticínio da extremação da nossa loucura provocada por esta linda e bela crise de contacto e relação. Será tudo uma mão cheia de invenções de homens e mulheres ideais que não precisam de cartas, nem bailes, nem faces-coiso-e-tal para aparecerem nas nossas vidas e fazerem um maravilhosa e absolutamente bem-vindo delete à solidão.
Vai uma dose de invisibilidadezinha para entreter na pausa da procura?
Trailer do Filme: 'A Mulher Invisível', 2009 (de Claúdio Torres)