Para este final de 2011, propomos o escrevinhar das últimas folhas do calendário com um útil e actual "Orçamento do Estado dos Afetos" para o próximo ano ainda com todas as folhinhas por estrear.
Bem sabemos o quão repelente, enjoativo e causador de refluxo(!) pode ser o termo "Orçamento de Estado" (o vulgo e abreviado OE) mas é coisa para, acrescentando-lhe mais uns pózinhos de sentido, ganhar um novo e bem mais animador que as nossas contas públicas...
Ora, com vossa licença:
Temos então o malfadado OE para 2012. Inevitável contrariedade da/ e para as nossas vidas mais ou menos espartilhadas, por ele. Ok. Isto é o que, não dependendo de nós, vamos ter que escrevinhar à força e a vermelho nas folhinhas branquinhas do nosso novo calendário ainda imaculado.
Agora a alternativa ao chá de desalento:
Que tal um Orçamento do Estado da nossa nação interior, sem cortes, nem lápis vermelho, assim carregadinho de incentivo ao investimento e de investimento propriamente dito(!), farto em bolsas de estudo e baixas de preço, packs de oferta leve 2 pelo preço de 1 e toda uma rica mão cheia de "merchandisingalizagens" em jeito de desfibrilador para o estado dos dias que aí vêm??
A proposta é séria, ainda que esteja mais para directiva comunitária que para imposto directo... é que isto amigos, é uma alternativa espiritual e de atitude, não serve para, de maneira nenhuma!, acrescentar peso às nossas costas maceradas. Até porque, convenhamos, as habituais mastigadas ''Resoluções de Ano Novo" significam na prática um potencial bombástico de frustração no próximo ano por esta mesma altura de... resoluções!
A ideia é que se "resolvam" a não "resolver" fazer nada para 2012 que não saibam que, at least, é bastante provável que queiram/consigam mesmo... MESMO! vir a fazer sem que a coisa caia no saco roto das desculpas, das impossibilidades e do terrível "amanhã..."
Não será melhor engolir as 12 passas convictos num alternativo: "a minha principal resolução para 2012 é... não fazer resoluções para 2012"?? O champanhe é capaz até de escorregar melhor, sem culpa nem aquele peso extra da cobrança futura das promessas feitas.
Nada de resoluções balofas irrealistas, sem ponta de certeza, conta, peso, medida, intenção, proporção nem prazo de realização! Agarremos as passas numa mão e o OE(A) na outra e brindemos à atitude positiva e à disposição para a dádiva! Vamos abrir uma larga, enorme (e com 7 ou 8 faixas!) autoestrada para os afetos no mapa da nossa vida!
Pés no chão na hora do pedir, asas no realizar!
Ps: Pelo sim, pelo não: brindem com a mão esquerda, saltem da cadeira, notinha no sapato e corações ao alto! Porque, se não fizer bem... mal também não faz!